Cinema e moda: tudo sobre a exposição de Jean Paul Gaultier

Montagem com duas fotos. Na primeira, Uma foto da exposição com fundo preto e 4 manequins com figurinos icônicos do cinema. Ao fundo, estão posteres de filmes e televisões com cenas de filme. Na segunda, um manequim vestindo a roupa clássica de Laranja mecânica, camisa branca, calça branca, botas pretas até o joelho, guarda-chuva preto e gravata preta estão em um fundo branco acolchoado.

A influência do cinema nas criações de Jean Paul Gaultier vem de longa data e são inúmeras as entrevistas nas quais o designer falar sobre seu fascínio pelos filmes. Pois essa relação se estreita ainda mais com a exposição Cinema e Moda (Cinémode), que conta com a curadoria de Gaultier em parceria com Tonie Marshall – diretora, roteirista e atriz que morreu em 2020 e para quem a exposição é dedicada – e a Cinemateca Francesa.

A exposição, que estreou em Paris no ano passado e agora está em Madrid – mais especificamente na CaixaForum, até 5 de junho de 2022 – celebra as grandes musas, os figurinos icônicos, a parceria entre designers e atrizes/cineastas, reverenciando a fonte inesgotável de inspiração que um bom filme pode ser e a capacidade do cinema e da moda em serem transgressores.

Só nesse resumo já te deu vontade de visitar? Pois se você tem planos de viajar para a capital espanhola ou para Barcelona – que é pra onde a exposição vai depois – eu indico fortemente! Caso não tenha, esse post nasceu pra te levar pela mãozinha para passear pela exposição. Bora lá?

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Montagem vertical com 3 fotos mostrando figurinos da exposição Cinémode, Cinema e Moda, do Jean Paul Gaultier. As fotos estão intercaladas, com uma breve descrição ao lado. Foto 1 (em cima, à esquerda): Vestido preto longo sem mangas usado por Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo está em uma vitrine de vidro, com um poster da Audrey Hepburn ao fundo. Ao lado da foto, há uma flecha que direciona para os créditos: Vestido preto de Bonequinha de Luxo (1960), Givenchy. Foto 2 (no meio, à esquerda): um manequim preto está de pé em um fundo branco com as mãos pra cima. Ele veste um vestido de metal prateado no formato de um acordeão. Ao lado, está uma seta para a legenda, que diz: Vestido acordeão, Quem é Polly Magoo (1966), por Bernard e François Baschet, a partir de uma ideia de Jeanne Klein. Foto 3 (embaixo, à direita): um manequim branco está sentado em uma poltrona preta, com as pernas cruzadas, simulando a cena do Instinto Selvagem. O manequim usa vestido curto e cardigã branco. Uma seta aponta para os seguintes créditos: Vestido + cardigã usado na icônica cena da cruzada de pernas em Instinto Selvagem (1992), Ellen Miroinick.

Um dos primeiros pontos a destacar é que durante a o trajeto, você vai encontrar uma série de figurinos icônicos e aí é impossível não se emocionar e pensar que num passado distante tal atriz estava dentro dessa mix de modelagens e tecidos. Alguns exemplos são o vestido preto usado por Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo e o conjuntinho branco usado por Sharon Stone em Instinto Selvagem. Não vou nem tentar negar que estava pulando de felicade de sala em sala.

Montagem vertical com 3 fotos mostrando figurinos da exposição Cinémode, Cinema e Moda, do Jean Paul Gaultier. As fotos estão intercaladas, com uma breve descrição ao lado. Foto 1 (em cima, à direita): Body com cones nos peitos em tom de bege está exposto em uma vitrine de vidro. Ao lado da foto, há uma flecha que direciona para os créditos: O body cônico desenhado por Jean Paul Gaultier para a Madonna (1989). Foto 2 (no meio, à esquerda): um manequim branco está de pé, apontando para o lado vestindo uma capa preta de babados longa. Uma seta aponta para os seguintes créditos: Capa, Balenciaga (1957). Foto 3 (embaixo, à esquerda): dois manequins pretos estão em um fundo preto, usando looks prateados feitos de metal. Ao lado, está a legenda: Não existem palavras pra escrever o quão incrível é ver Paco Rabanne de perto!

Mas peças famosas da moda, seja as criadas pelo próprio Jean Paul Gaultier ou por nomes como Paco Rabanne e André Courrèges também marcam presença, representando períodos da história da moda que também foram marcantes no cinema. O famosíssimo body com cones nos peitos desenhado por Gaultier para Madonna usar na Ambition World Tour em 1990 já pode ser conferido na primeira sala da exposição.

Falbalas e homenagem à Tonie Marshall

Montagem com duas fotos. Na primeira, uma projeção de filme com uma noiva está em um fundo branco. Logo embaixo, está um manequim usando um vestido tubo mídi rosé com cones na região do peito. Na segunda, está uma tule branca, em frente a vários bodies rosas criados por Jean Paul Gaultier.

Tudo começa com uma sala dedicada a homenagear Falbalas (em português, Nas rendas da sedução, de 1945). Segundo Gaultier, o melodrama ambientado em uma casa de alta costura foi sua primeira escola de moda. Cenas do filme passam em um grande telão, enquanto criações de Jean Paul Gaultier, como o body de Madonna que mencionei antes e o vestido smoking (1999), estão expostas ao lado, envoltas em uma delicada proteção de tule, com pequenas brechas laterais para que as curiosas possam espiar o que antes seria privado – atitude que faz parte do dna de Gaultier, se a gente for parar pra pensar.

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Montagem com duas fotos. Na primeira, está uma boneca vestindo um conjunto de tailleur preto e chapéu de renda preta. Na segunda foto, uma outra boneca veste um vestido sem alças de tule preto longo e com saia volumosa. No peito, está uma flor de tule rosa.

Ainda que os figurinos de Falbalas não estejam presentes, o trabalho do designer Marchel Rochas é celebrado em texto e com a presença de dois de seus designs nas miniaturas criadas para o Theatre de la Mode – exposição itinerante que apresentava criações de grandes designers franceses em bonecas numa escala de cerca de 1/3 do corpo humano, com o objetivo de animar a indústria da moda de luxo pós Segunda Guerra Mundial. Eu já tinha estudado sobre algumas vezes e foi muito especial e emocionante ver de pertinho.

Os arquétipos femininos e masculinos

Montagem vertical com 3 fotos mostrando figurinos da exposição Cinémode, Cinema e Moda, do Jean Paul Gaultier. As fotos estão intercaladas, com uma breve descrição ao lado. Foto 1 (em cima, à esquerda): Casaco de veludo marrom longo, com abotoamento duplo e plumas rosé nas mangas, barra e gola está em uma redoma de vidro. Ao lado da foto, há uma flecha que direciona para os créditos: Casaco usado por Chaterine Deneuve em A Sereia do Mississipi (1969), Yves Saint Laurent. Foto 2 (no meio, à esquerda): um manequim preto está de pé, com uma máscara gigante em preto e branco com a cara de Mae West. O look é um vestido longo branco repleto de lantejoulas, com a parte de cima transparente com desenhos. Ao lado, está uma seta para a legenda, que diz: Vestido usado por Mae West em Sextette (1978), Edith Head. Foto 3 (embaixo, à direita): dois manequins usando uma peruca loira e outra castanha estão em uma posição de briga, replicando a cena do filme 8 mulheres. Uma veste um vestido vermelho mídi com scarpin preto e A outra veste um vestido azul mídi com scarpin preto. Uma seta aponta para os seguintes créditos: Vestidos usados por Catherine Deneuve e Funny Ardant em 8 mulheres (2001), Pascaline Chavane.

A segunda sala falava sobre os arquétipos femininos e masculinos do cinema e como eles são, por vezes, o reflexo ou a antecipação dos papéis desempenhados pelas pessoas na sociedade. Alguns exemplos são as femme fatales Marilyn Monroe, Brigitte Bardot e Catherine Deneuve e os símbolos máximos de virilidade Marlon Brando e James Bond.

Um manequim preto está usando uma jaqueta biker preto com um galo de penas na manga da jaqueta, que está combinada a jeans azul escuro. Ao fundo está uma foto de James Dean usando jaqueta de couro em preto e branco e uma foto de Brigitte Bardot usando jaqueta biker também. Uma faixa amarela com fonte preta dá os créditos, Biker de couro, coleção 50 anos de moda (2020), Jean Paul Gaultier.

A medida que o tempo passa esses arquétipos vão se transformando e se mesclando. A jaqueta perfecto, eternizada por Marlon Brando como um símbolo de virilidade nos anos 1950, por exemplo, passa a fazer parte do armário de Brigitte Bardot no final dos 60 e do guarda-roupa de basicamente todos nós ainda hoje, assumindo novos significados.

O figurino do filme O quinto elemento estão em frente a uma parede preta. Um manequim preto está com um colete verde militar repleto de bolsos utilitários, calça preta com detalhes metalizados. Quadros com os croquis do filme estão ao lado. Uma faixa amarela traz os créditos. Figurino usado por Bruce Willis em O quinto elemento (1996), Jean Paul Gaultier.

E como não poderia ficar de fora, alguns figurinos desenhados por Gaultier para o cinema estão presentes pela mostra. Um exemplo são os croquis e peças de O quinto elemento, que trazem uma sensualidade e um aroma underground que é praticamente a assinatura do designer.

Transgressões

Montagem vertical com 3 fotos mostrando figurinos da exposição Cinémode, Cinema e Moda, do Jean Paul Gaultier. As fotos estão intercaladas, com uma breve descrição ao lado. Foto 1 (em cima, à esquerda): Uma parede preta está repleta de posteres de filmes como Pink Flamingos e The Rocky Horror Picture Show. Ao lado da foto, há uma flecha que direciona para os créditos: Poster de The Rocky Horror Picture Show, foto de Pink Flamingos e de vários filmes considerados transgressores por Gaultier. Foto 2 (no meio, à esquerda): três manequins usam vestidos no estilo A. Ao fundo está o poster de Blow-up. Ao lado, está uma seta para a legenda, que diz: Vestidos futuristas dos anos 60, réplica do vestido Mondrian para o filme Yves Saint Laurent (2014) e o poster de Blow-up (1966). Foto 3 (embaixo, à direita): Uma estrutura de metal com cinco compartimentos, cada um deles com um manequim vestindo um figurino. Um telão exibe cenas do filme Pink Flamingos. Uma seta aponta para os seguintes créditos: Pink Flamingos no telão e os figurinos de Orlando, Querelle e Kika.

A terceira sala era dedicada às trangressões, tão essenciais e inerentes ao cinema e à moda. Há uma menção especial a filmes como Rocky Horror Picture Show e Pink Flamingos, obras underground que adquirem muita visibilidade e se tornam clássicos cult – e aqui vale mencionar que é foi meio decepcionante não ter nenhum figurino desses filmes presente.

Uma sala com paredes pretas traz uma série de fotos em preto e branco de Marlene Dietrich. No centro, estão looks de alfaiataria usados pela atriz, além de botas marrom cowboy.

A trajetória de estrelas como Marlene Dietrich e Katharine Hepburn, que assumiram um visual mais andrógino, composto por peças até então restritas ao armário masculino que questionavam a sociedade conservadora da época também são lembradas. Destaque para o acervo de peças e acessórios de Marlene, que pode ser conferido de pertinho.

Montagem vertical com 3 fotos mostrando figurinos da exposição Cinémode, Cinema e Moda, do Jean Paul Gaultier. As fotos estão intercaladas, com uma breve descrição ao lado. Foto 1 (em cima, à direita): um manequim branco está com as mãos na cintura em frente a uma estrutura metálica de fundo preto. O look do manequim é um vestido de mangas longas transparente, com desenhos na região do peito, umbigo e pubis, das coxas para baixo estão plumas brancas até o chão. Ao lado da foto, há uma flecha que direciona para os créditos: Vestido usado por Gael Garcia Bernal em Má educação (2003). Foto 2 (no meio, à esquerda): um manequim branco está em frente a um fundo escuro com uma série de quadros das cenas de Kika. Ao lado, está uma seta para a legenda, que diz: Figurino usado por Victoria Abril em Kika (1993), Jean Paul Gaultier. Foto 3 (embaixo, à direita): um croqui do figurino de uma empregada doméstica do filme kika, assinado por Jean Paul Gaultier está na parede. Uma seta aponta para os seguintes créditos: Croqui do figurino de Rossy de Palma em Kika (1993), Jean Paul Gaultier.

A parceria de Almodóvar e Jean Paul Gaultier também ganha espaço de destaque na exposição, com os figurinos de Kika (1993) e Má educação (2003), reforçando o quanto o diretor e o designer têm um interesse constante em comum pelas culturas pop e alternativa em suas carreiras e por uma fluidez que rompe com as barreiras do que está posto como feminino e masculino.

Um manequim vestindo camiseta listrada no estilo marinheiro com as costas de fora, usando calça azul-marinho de marinheiro e chapéu de marinheiro branco. Ao lado, está o poster do filme Querelle. Uma faixa amarela com legenda preta está escrito: Camiseta listrada com as costas de fora, de Jean Paul Gaultier, inspirada pelo filme Querelle.

Reforçando o conceito de que os filmes sempre inspiraram seu universo de criações, Jean Paul Gaultier fala de sua referência para criar as icônicas camisetas listradas que parecem apimentados uniformes de marinheiros e se tornam um dos símbolos do ‘homem objeto’. “Em 1982 estreou Querelle, que foi um choque, um sinal de que eu queria fazer algo com a moda, sobretudo com a camiseta listrada”.

Pop e metal

Um telão exibindo cenas do filme Quem é Polly Magoo? passam em uma parede branca. Embaixo, estão dois manequins pretos vestindo figurinos do filme, vestidos geométricos feitos de metal.

A importância do metal para construir a vestimenta de guerreiras e guerreiros nas telas e passarelas é o tema da quarta sala da exposição, chamada de Pop e metal.

Montagem vertical com 3 fotos mostrando figurinos da exposição Cinémode, Cinema e Moda, do Jean Paul Gaultier. As fotos estão intercaladas, com uma breve descrição ao lado. Foto 1 (em cima, à esquerda): Armadura de metal com mangas de malha está disposta em uma redoma de vidro com fundo preto e fotos do filme Joana D'arc. Ao lado da foto, há uma seta que direciona para os créditos: Figurino usado por Ingrid Bergman em Joana D'arc (1948), Dorothy Jeakins e Herschel McCoy Foto 2 (no meio, à esquerda): uma foto de Satyricon está em tamanho real em preto e branco. Em frente estão uma armadura metalizada com peitos redondos e correntes. Ao lado, está uma seta para a legenda, que diz: Figurino usado por Donyal Luna em Satricon (1969), Danilo Donati. Foto 3 (embaixo, à direita): um manequim preto veste um vestido em formas geométricas, feito inteiramente de metal, com recortes na cintura. O manequim usa vestido curto e cardigã branco. Uma seta aponta para os seguintes créditos: Vestido biquíni, usado em Quem é Polly Magoo? (1966), Bernard e François Baschet a partir de uma ideia de Jeanne Klein.

Sejam personalidades como Joana D’arcguerreiras, futuristas como Jane Fonda em Barbarella, ou as icônicas criações de Paco Rabanne feitas de pequenas placas de metal, essa sala vai falar muito sobre a moda futurista dos anos 60, fortemente influenciada pela temática espacial.

Uma parede preta com desenhos brancos geométricos está desenhada. Várias fotos do filme Quem é você, Polly Magoo? estão na parede, ao lado de um poster original do filme, inteiro e preto e branco. Ao lado, está um manequim preto vestindo um vestido figurino do filme, com look de metal.

O filme francês Quem é Polly Magoo? (1966) ganha uma sala de destaque, com a cena do desfile aparecendo no telão, posicionado ao lado de dois figurinos de metal usados no filme. O poster oficial e muitas imagens das cenas decoram as paredes.

Uma sátira ao mundo da alta costura e aos meios de comunicação, o filme entrega figurinos delirantes, “tão geniais quanto descabidos”, como define o próprio Gaultier. Na cena, uma das modelos se corta na peça, mas é incentivada a maquiar o braço e seguir desfilando. No mesmo ano, Paco Rabanne lançava Manifesto: 12 vestidos não usáveis ​​em materiais contemporâneos, uma coleção com vestidos compostos por pequenas placas de metal. Mais uma vez, cinema e moda andando de mãos dadas.

Montagem vertical com 3 fotos mostrando figurinos da exposição Cinémode, Cinema e Moda, do Jean Paul Gaultier. As fotos estão intercaladas, com uma breve descrição ao lado. Foto 1 (em cima, à esquerda): Vestido de gala com mangas bufantes completamente revestidas de pedraria, saia bufante longa, com barra inteira em pedraria. Ao lado da foto, há uma flecha que direciona para os créditos: Vestido e colar usado por Greta Garbo em Rainha Cristina (1933), Gilbert Adrian. Foto 2 (no meio, à direita): Uma foto preto e barnco de Twiggi vestindo um look composto por chapéu quadrado branco com borda preta, casaco com listras verticais em preto e branco e abotoamento frontal, minissaia off white e botas de cano alta branca. Em frente a foto está exatamente o mesmo look, em um manequim branco. Ao lado da foto, está uma seta para a legenda, que diz: Terno de duas peças, chapéu e botas altas (1965), André Courrèges. Foto 3 (embaixo, à direita): Um conjunto de camisa preta, gravata e calça preta está em um manequim preto. Por cima da camisa está uma armadura prateada com músculos e corrente larga. Uma seta aponta para os seguintes créditos: Conjunto inspirado por Satyricon, Coleção 50 anos de moda (2020), Jean Paul Gaultier.

Desfiles

Um manequim branco em frente a uma passarela branca, vestindo um vestido longo branco com tule preta na cauda. Ao fundo estão manequins com outros figurinos do filme Saint Laurent, desfocados.

Chegando na etapa final, é hora de falar dos desfiles. Em um telão central passam uma série de trechos de desfiles em filmes, mostrando o quanto esse é um ponto alto das obras que falam de moda. “É frequente, inclusive, que a narração fique suspensa para mostrar um desfile em todo o seu esplendor”, diz o texto de apoio.

Montagem vertical com 3 fotos mostrando figurinos da exposição Cinémode, Cinema e Moda, do Jean Paul Gaultier. As fotos estão intercaladas, com uma breve descrição ao lado. Foto 1 (em cima, à esquerda): uma manequim preta está em cima de uma passarela branca, vestindo um casaco de pelos verde. Ao lado da foto, há uma seta que direciona para os créditos: Casaco de pelos usado em Saint Laurent (2013), Anais Romand. Foto 2 (no meio, à esquerda): um manequim branco em frente a uma passarela branca, vestindo um vestido longo branco com tule preta na cauda. Ao fundo estão manequins com outros figurinos do filme Saint Laurent, desfocados. Ao lado da foto, está uma seta para a legenda, que diz: Vestido tubo longo com cauda, La Parigote Collection (2002), Jean Paul Gaultier. Foto 3 (embaixo, à direita): um vestido sereia preto com bordados dourados e tule preto na barra está em um manequim branco em fundo vermelho. Uma seta aponta para os seguintes créditos: Vestido sereia, Cristóbal Balenciaga (1954).

No centro está uma passarela com uma série de figurinos do filme Saint Laurent (2013) e vou te confessar que eu entrei correndo na sala achando que o casaco verde seria o original da conhecida Scandal collection de 1971. Meu coração deu até uma paradinha. Não era kkk, mas vida que segue né meninas.

Um manequim branco está com as mãos na cintura, vestindo um vestido branco todo de tule branca enrugada com uma cauda longa que está presa no teto. Embaixo da foto, está uma faixa amarela com a seguinte legenda, em preto: Vestido de noiva Le couple Adam et Ève, rastas d'aujourd'hui, prêt-a-porter primavera verão 1991, Jean Paul Gaultier.

Encerrando com toda a dramaticidade que uma peça com cauda de 25 metros pode causar na passarela – você pode tirar suas próprias conclusões assistindo esse vídeo, criando um desses momentos memoráveis, temos esse vestido de noiva de Jean Paul Gaultier, que, depois, ganhou seu momento de destaque no cinema ao aparecer em Absolutamente famosas (2001), filme inspirado na série britânica de mesmo nome. E caso você, assim como eu, não seja capaz de dimensionar o que 25 metros significa, a cauda do vestido está presa no teto e acompanha a gente até literalmente a saída da exposição, é insano!

Minhas impressões

Montagem com quatro fotos iguais de Marcie, criadora do blog, em frente a uma parede com posteres pretos com atrizes e atores em branco, com a legenda Cine y Moda. Marcie está com os braços para cima, vestido uma blusa de gola alta lilás, macacão laranja com alças finas e tênis branco.
Sim, review com direito a fotos clichês porque eu gastei todo meu carisma levantando os braços na frente de desconhecidos

Bom, essa foi a primeira exposição inteiramente dedicada à moda que fui na vida. Então, pode ser uma opinião parcial – no fim todas são -, mas eu gostei MUITO! É muito incrível ver algumas peças que fazem parte do nosso imaginário de perto, assim como as próprias peças icônicas de Jean Paul Gaultier. A ambientação é legal e mesmo quem não é tão interessado em moda pode se divertir – eu fui com meu namorado e ele amou. Senti falta de alguns figurinos que estavam presentes em posteres e são bastante especiais pro cinema? Sim, mas também essa é a exposição a partir da ótica do Gaultier, né? Então talvez essas não sejam referências tão fortes pra ele.

Se eu tivesse tempo$$, iria outra vez só pra ver tudo de novo, talvez prestar atenção em outros pontos. Saí de lá com uma lista de filmes enormes pra assistir que nunca vi. E como sou uma gracinha dedicada e a fim de compartilhar conhecimento, fotografei cada um dos créditos que estavam na exposição pra montar a listinha de filmes do JP. E, para o seu conforto, ainda pesquisei o nome de cada filme em português – olha, praticamente uma anja e quem discorda eu não quero nem saber. Espero que cê tenha gostado do post, se quiser mandar pra alguém que gostaria de fazer esse tour, eu fico grata demais!

Filmes de moda escolhidos pelo Jean-Paul Gaultier

Marrocos (1930) – título original: Morocco

Uma loira para três (1933) – título original: She done him wrong

Rainha Christina (1933) – título original: Queen Christina

Uma dama do outro mundo (1934) – título original: Belle of the Nineties

Vivendo em dúvida (1935) – título original: Sylvia Scarlett

Nas rendas da sedução (1945) título original: Falbalas

Gilda (1946)

Joana D’Arc (1948) – título original: Joan of Arc

Uma rua chamada pecado (1950) – título original: A streetcar named desire

Violetas imperais (1952) – título original: Violetas Imperiais

A bela de Cadiz (1953) título original: La belle de Cadix

O selvagem (1953) – título original: The wild one

Como Agarrar um Milionário (1953) – título original: How to marry a millionaire

Johnny Guitar (1954)

Janela indiscreta (1954) – título original: Rear window

Alta Costura (1954)

Eles se Casam com as Morenas (1955) – título original: Gentlemen Marry Brunettes

Lola Montes (1955) – título original: Lola Montès

Os homens preferem as loiras (1955) – título original: Gentlemen prefer blondes

O cantor do México (1956) – título original: Le chanteur de Mexico 

E Deus criou a mulher (1956) – título original: Et Dieu… créa la femme

Rastros de ódio (1956) – título original: The Searchers

Cinderela em Paris (1957) – título original: Funny face

Meu tio (1958) – título original: Mon oncle

Onde Começa o Inferno (1959) – título original: Rio bravo

Quanto mais quente melhor (1959) – título original: Some like it hot

Bonequinha de luxo (1960) – título original: Breakfast at Tiffany’s

O Ano Passado em Marienbad (1961) – título original: L’année dernière à Marienbad

Eva (1962)

Seis mulheres para o assassino (1964) – título original: 6 donne per l’assassino

A dama de Beirute (1965) título original: La dama de Beirut

A bela da tarde (1966) – título original: Belle de jour

Quem é Polly Maggoo? (1966) – título original: Qui êtes-vous, Polly Maggoo?

Blow-Up: depois daquele beijo (1966) – título original: Blow-up

Modesty blaise (1966)

Beijos proibidos (1968) – título original: Baisers volés

Manon 70 (1968)

Flesh (1968)

2001: Uma Odisséia no Espaço (1968) – título original: 2001: A Space Odyssey

A sereia do Mississipi (1969) – título original: La sirène du Mississipi

Satyricon (1969)

Laranja mecânica (1970) – título original: A clockwork orange

As petroleiras (1971) – título original: Les pétroleuses

Pink flamingos (1972)

Paixão selvagem (1975) – Je t’aime moi non plus

Tommy (1975)

The rocky horror picture show (1976)

O quinto elemento (1977) – título original: The fifth element

Sextette: a grande estrela (1978) – título original: Sextette

Gigolô americano (1980) – título original: American gigolo

Parceiros da Noite (1980) – Cruising

Querelle (1982)

A lua na sarjeta (1983) – título original: La lune dans le caniveau

007: na mira dos assassinos (1985) – título original:  A View to a kill

Procura-se Susan desesperadamente (1985) – título original: Desperately seeking Susan

Betty Blue (1986)

Meu marido de batom (1986) – título original: Tenue de soirée

Mestres do Universo (1987) título original: Masters of the Universe

A máscara do Zorro (1988) – título original: The Mask of Zorro

Mulheres à beira de um ataque de nervos (1988) – título original: Mujeres al borde de un ataque de nervios

Thelma & Louise (1991)

Na cama com Madonna (1991) – título original: Madonna: Truth or Dare

De salto alto (1991) – título original: Tacones lejanos

Jamón, Jamón (1992)

Orlando, a Mulher Imortal (1992) – título original: Orlando

Instinto selvagem (1992) – título original: Basic instinct

Kika (1993)

A garota dos seus sonhos (1998) título original: La niña de tus ojos

8 mulheres (2001) – título original: 8 femmes

Má educação (2004) – título original: La mala educación

Manolete: sangue e paixão (2008) – título original: Manolete

Coco antes de Chanel (2009) – título original: Coco avant Chanel

A pele que habito (2011) – título original: la piel que habito

Lawrence anyways (2012)

Minha vida com Liberace (2013) – título original: Behind the candelabra

Saint Laurent (2014), de Bertrand Bonello

Yves Saint Laurent (2014), de Jalil Lespert

Trama fantasma (2017) – título original: Phantom Thread

Rocket man (2019)

Miss França (2020) – título original: Miss

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