Esses tais papos de amor

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Você me perguntou sobre o amor. Não. Vamos falar de filmes, festas juninas, dança flamenca, qualquer coisa, menos amor. Como eu te explico o quão complicada eu sou? Que meus maiores amores geralmente duraram semanas, ou dias? Na verdade, as melhores histórias duraram uma noite, duas. Como te digo que prefiro que você note essa pequena cicatriz embaixo do meu lábio e pergunte como aconteceu, escute todo o meu ‘trauma’ de infância, sorria e me conte de um tombo pior, ao invés de dizer eu te amo? Pode sussurrar ‘eu te amo’, baixinho, mas se quando você segurar o meu rosto perto do seu eu sentir que somos nós dois, mesmo que no meio de várias outras pessoas, não precisa. Eu vou saber. Só eu preciso saber.

Eu posso te amar a primeira vista, ao primeiro segundo. Sorrir ao ver que a nova mensagem é do seu número, ficar horas pensando em quão fofo são esses seus olhos, sorrir ao perceber que estou pensando nisso. Eu vou te falar dos meus melhores livros, das minhas bandas favoritas, da minha falta de sorte, posso até te fazer meu bolo de cenoura especial. Minha melhor amiga deve ter ouvido falar de você por horas… Aliás, ela já simpatiza, só pelas coisas que eu conto. Podem ser coisas simples, mas quando eu te conto sobre meu medo de lagartixa estou te colocando aos pouquinhos na minha vida. Talvez você não entenda assim, mas meu medo de um animalzinho inofensivo é o primeiro passo para você entender que eu não sou muito convencional.

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Como posso te explicar que a palavra ‘namoro’ geralmente levou minhas histórias ao fracasso? Que amo minha liberdade e que ter vontade de te ver todos os fins de semana me parece muito mais amor do que adiar meus planos só pra te colocar neles? De que maneira posso te mostrar que te convidar para as minhas festas, jantares dos amigos e para ver filme pelo telefone comigo te faz mais importante do que qualquer um? Eu posso falar com você todos os dias, sorrir ao ouvir sua voz e ter vontade de contar primeiro para você quando alguma coisa muito boa, ou muito engraçada acontece. Tudo isso, pelo simples fato de querer compartilhar minha vida com você, não porque precise e sim porque quero.

Existe algum jeito de te pedir para não me prender? De te explicar que detesto essas convenções sociais, que prefiro que meus amigos façam piada sobre nós e que, ao perguntarem se finalmente estamos juntos de verdade, você me encare, sorria e mude de assunto? Se nós estivermos juntos, pelo tempo que for, vai ser de verdade.  Você disse que preferia acreditar que o amor era duas pessoas que ganharam na loteria, pode ser que seja. Pode ser que seja antes, depois, que demore meses, ou aconteça em segundos.  Pode ser que seja um texto, um perfume, um café com leite, uma brecha na agenda e no mundo lá fora para conversar de mãos dadas em um dia de chuva. Mas, então, você não tem vontade de aprender dança flamenca?

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