6 livros sobre mulheres fortes

Montagem com duas fotos em fundo branco, dispostas lado a lado. Na lateral superior esquerda, uma mancha de tinta amarela decora. Já na lateral esquerda, um traço bordô decora. Foto 1: Marcie posa em frente a um espelho de elevador. Na mão direita um celular e na esquerda um livro preto com letras na capa. O look é composto por camisa com mangas bufantes curtas rosa e gola laço e calça de alfaiataria vermelha. Foto 2: Pernas esticadas cruzadas com skinny preta e bota preta, uma capa de livro nas cores vermelho, azul e roxo repousa no colo. Embaixo, está escrito, em letras maiúsculas laranjas "achadinhos literários pra vc amar"

Companheiros para qualquer momento, os livros se tornaram ainda mais essenciais durante o isolamento social, fazendo com que viajemos sem sair do quentinho das cobertas (única forma possível) e fujamos da realidade para desbravar novos mundos, repletos de possibilidades. E se você está em busca de uma obra inspiradora e emocionante, com protagonistas femininas fortes, capazes de resistir às situações mais adversas, esse post é todo seu <3 Quer mais? Todos os livros são escritos por mulheres de distintas culturas e países de origem. Confira as dicas e prepare-se para o desejo imediato de aumentar a biblioteca por aí.

“A rede de Alice”, Kate Quinn

Montagem com fundo branco, uma foto na lateral esquerda e um trecho entre aspas, com letra laranja. A foto mostra a capa do livro "A rede de Alice", em fonte cursiva, com um palácio em preto e branco e flores laranjas desenhadas e sem preenchimento. Entre aspas, ao lado direito da imagem, no fundo branco, está o seguinte trecho em laranja: "Existem dois tipos de flores quando se trata de mulheres. O tipo que fica seguro num vaso bonito, ou naquele que sobrevivem em qualquer condição... mesmo no mal.".

Sinopse em um tweet: O romance histórico narra o encontro de Eve, ex-espiã da Rede de Alice, esquema de espionagem real que aconteceu durante a 1ª GM, e Charlie, universitária que está em busca da sua prima desaparecida. Unidas por um objetivo em comum, as duas precisam ser fortes para resolver questões do passado e encarar seus sofrimentos.

Por que merece a leitura: Já começamos com meu livro preferido de 2019. Mesclando personagens e acontecimentos reais à ficção, a obra nos presenteia com mulheres incríveis, que foram verdadeiras heroínas durante as guerras e, nada por acaso, são esquecidas pela História. E se só por esse resgate e toda a pesquisa envolvida o livro já merecia mil estrelas, a narrativa contagiante da autora é um destaque à parte. Com fatos muito bem amarrados, personagens fascinantes e um antagonista detestável, A rede de Alice traça um panorama entre as duas guerras mundiais e suas consequências, trazendo a perspectiva feminina e o papel transgressor – e corajoso – desempenhado por elas.

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Mesmo tratando de assuntos difíceis, é impossível desgrudar do livro até chegar nas últimas páginas. Depois, você vai desejar ter lido mais devagar. Uma obra marcante, para relembrar que a gente pode tudo e precisa, cada vez mais, ter as referências das guerreiras que vieram antes da gente. Embora eu pudesse seguir escrevendo por horas, acho que só lendo pra entender. Depois me conta o que achar, ta bem?

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“Todas as cores do céu”, Amita Trasi

Montagem com fundo branco, uma foto na lateral direita e uma frase em laranja. A foto traz um pelego branco ao fundo, com um prato de sobremesa branco e panqueca de banana disposta no canto direito. Uma xícara de café com leite descansa na esquerda e um livro está no meio da imagem. A capa é amarela com rosa e traz vários olhos indianos na estampa, com o título "Todas as cores do céu" e o nome da autora "Amita Trasi" em preto. Pés cruzados com meias brancas com estampa de banana aparecem na parte inferir da foto. Ao lado esquerdo da imagem, no fundo branco, está um traço amarelo e o seguinte trecho em laranja: "A esperança é como um pássaro. Quer se manter em movimento, por mais que se tente aprisioná-la".

Sinopse em um tweet (ou quase): Aos 10 anos, Mukta é forçada a seguir um ritual de sua casta que a torna prostituta. Ao ser resgatada por um homem, ela vai viver com a família dele, criando um vínculo de amizade e irmandade com Tara (a filha). Os dias de tranquilidade acabam quando Mukta é sequestrada. Anos depois, Tara volta dos EUA para a Índia para procurar sua amiga de infância.

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Por que merece a leitura: Um livro tão belo quanto triste, que apresenta um relato sensível e habilidoso sobre temas complexos, como o papel da mulher na sociedade indiana, o sistema de castas e o tráfico de meninas que são sequestradas para a exploração sexual. Só de ler essa lista já dá um aperto no coração? Pois essa será uma sensação recorrente, fica a dica de se hidratar porque é praticamente impossível não chorar com a história. Um livro denso, que prende de uma maneira única e deixa sempre uma pontinha de esperança, similar à sentida pela protagonista, mesmo que os cenários sejam os menos positivos possíveis.

Dividido entre os pontos de vista de Mukta e Tara, Todas as cores do céu fala de resistência, culpa, redenção, amizade, força e amor. Reflete sobre as práticas que temos normalizadas dentro das culturas e quem são as prejudicadas por isso. Embora seja inegável que Mukta traz uma luz única à história, a trajetória de Tara, em busca de alguém que não vê há anos e sem nenhuma pista, também emociona. Sem dúvida, a melhor leitura do primeiro ano de Tag Inéditos que, no meu caso, foi em 2018.

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“Os sete maridos de Evelyn Hugo”, Taylor Jenkins Reid

Montagem com fundo branco, uma foto na lateral esquerda e um trecho entre aspas, com letra laranja. A foto mostra um chão de madeira marrom, com aloe veras e outras plantas em vasinhos no chão. Em primeiro plano, está um livro com capa rosa e coqueiros verdes e pretos, sem nenhum título. A parte de um vestido rosa longo floral e dois pés com unhas pretas aparecem. Entre aspas, ao lado direito da imagem, no fundo branco, está o seguinte trecho em laranja: "Eu era linda, mesmo aos 14 anos. Ah, eu sei que o mundo prefere mulheres que não têm noção do próprio poder, mas estou de saco cheio disso. A verdade é que quando eu passava, as pessoas olhavam. E eu não tinha orgulho nenhum disso. Não fui eu que fiz meu rosto assim.".

Sinopse em um tweet: Atriz icônica dos “Anos de Ouro de Hollywood”, Evelyn sempre esteve nos holofotes, seja pela carreira de sucesso ou por sua vida pessoal, marcada por 7 casamentos. Aos 80 anos, escolhe uma jornalista desconhecida para contar sua história sem censura.

Por que é imperdível: Pela escrita fluída e pela personagem forte, magnética, complexa e extremamente bem construída que é Evelyn – confesso que até fui pesquisar quem era ela na vida real kkk. Assim, fica o aviso: você pode até tentar, mas é praticamente impossível não ser arrebatada pela atriz, que conquistou os holofotes nos “Anos de Ouro de Hollywood” não só graças ao seu talento e força, mas também por sua vida pessoal “polêmica”, com destaque para os 7 casamentos com homens distintos.

Enquanto cada capítulo conta a história de um de seus maridos e amores, é a inteligência, a força e a personalidade forte de Evelyn que conquistam. Você vai rir e se emocionar com ela, tomar algumas lições de moral, se chatear com várias falas e atitudes, bem como faria com uma amiga. No fim das contas, ela transcende o imaterial pra se tornar justamente isso: alguém de quem a gente vai morrer de saudade. Um mulherão da porra que, por mais que erre, encara o mundo e sustenta suas decisões sem muitos arrependimentos.

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“Escola de Contos Eróticos para Viúvas”, Balli Kaur Jaswal

Montagem com fundo branco, uma foto na lateral direita e uma frase em laranja. A foto traz uma paisagem de praia, em um dia ensolarado, com céu azul e mar azul, além da areia branca. Uma canga preto e branco está estendida e sobre ela, estão uma garrafa de vinho branca tampada e um livro com capa rosa forte escuro. O título branco traz as palavras "Escola de contos eróticos para viúvas". Ao lado esquerdo da imagem, no fundo branco, está um traço amarelo e o seguinte trecho em laranja: "Pela primeira vez na vida delas, puderam compartilhar abertamente seus pensamentos mais privados e saber que não estavam sozinhas. Eu as ajudei a descobrir isso, e me dispus a aprender com elas também.".

Sinopse em um tweet (ou quase): Filha de imigrantes indianos que moram em um bairro punjabi de Londres, Nikki não concorda com a cultura de seus pais e tenta se distanciar o máximo, saindo de casa. Ao se candidatar para ser professora de escrita criativa no seu antigo bairro, ela se depara com uma turma de mulheres viúvas que sequer sabe escrever, mas tem muitas histórias pra contar.

Por que é imperdível: Exatamente na paisagem da foto acima, depois de acabar o último capítulo, fiquei abraçada no livro, com lágrimas nos olhos, por muitos minutos. Um choro leve, de felicidade e carinho. É isso que a história de Nikki e das várias viúvas da comunidade, que buscam se libertar através da escrita, da troca de experiências e de histórias/fantasias “proibidas” pelo patriarcado faz com a gente.

Por ter um olhar mais “ocidentalizado” e jovem, Nikki acaba externalizando alguns julgamentos que nós facilmente podemos ter durante a leitura. É aí que Escola de contos eróticos para viúvas dá um bom tapa na cara – tanto na protagonista, quanto na leitora -, mostrando que o empoderamento e a sororidade se praticam no dia a dia, por pessoas que sequer precisam conhecer esses conceitos. Figuras que mereciam seus próprios livros, as alunas são muito intrigantes e conquistam fácil – até mesmo as mais duras. Agora falemos dos contos eróticos… Esses merecem um ponto extra só por nos tirar do lugar de conforto e mostrar outras narrativas de prazer – que podem parecer engraçadas ou atípicas pras nossas lentes. Uma obra fluída, que até poderia aprofundar melhor alguns pontos, mas é feliz em mostrar a evolução que a troca entre as diferentes e as iguais pode oferecer.

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O nascimento de Joicy, de Fabiana Moraes

Sinopse em um tweet (ou quase): Ex-agricultura, Joicy busca o sistema público de saúde para fazer a cirurgia de redesignação sexual. Em uma visita ao hospital, encontra a jornalista Fabiana Moraes, que escreve uma reportagem sobre o tema, vencedora do Prêmio Esso. No livro, além da reportagem, Fabiana conta todo o processo da matéria e reflete sobre a importância do jornalismo humano e empático.

Por que é imperdível: Esse é o único livro da lista que não é ficção. Uma leitura obrigatória – e olha que eu não sou lá muito fã de imposições – para quem é/almeja ser jornalista. As reflexões são muitas: sobre a importância de um relato jornalístico sensível; sobre o quão importante é dar espaço para que pessoas fora do hegêmonico possam contar as suas histórias. O livro traz os bastidores da criação da reportagem, humanizando o jornalista e rompendo com o mito da imparcialidade e da verdade absoluta.

Agora, falemos de Joicy. Sua história é incrível, marcada pela força, luta e sofrimento, em meio ao descaso de profissionais e familiares, da desinformação e da pobreza extrema, que se opõem à delicadeza da cirurgia e à rede de apoio necessária para a recuperação. A protagonista é negligenciada de diversas maneiras, mas não se deixa desistir ou calar. Se deslumbra com a possível fama adquirida após a reportagem. É gente, de carne e osso, como muitas que estão por aí neste mundo em busca do básico, seja ser quem se é, ter uma refeição digna na mesa e água encanada em casa ou amar e ser amada. Belo. Emocionante.

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Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie

Montagem com fundo branco, uma foto na lateral direita e uma frase em laranja. A foto traz a capa de um livro, azul royal, com o título em letras maiúsculas "Americanah", e o nome da autora, em letras brancas, "Chimamanda Ngozi Adichie". Logo abaixo, uma silhueta de rosto com cabelo black power, toda preenchida com a cor branca e um turbante vermelho com estampa tribal aparecem. O livro é segurado por uma mão branca, com blusa de lã branca. Pernas vestindo uma calça de alfaiataria xadrez marrom e botas vermelhas aparecem em segundo plano, em frente a um piso de madeira. Ao lado esquerdo da imagem, no fundo branco, está um traço amarelo e o seguinte trecho em laranja: "O único motivo pelo qual você diz que a raça nunca foi um problema é porque você não queria que fosse. Mas isso é uma mentira. Eu sou de um país onde a raça não é um problema; eu não pensava em mim mesma como uma negra e me tornei negra quando vim para os Estados Unidos".

Sinopse em um tweet (ou quase): Em meio a conflitos sociais, Ifemelu se muda da Nigéria para os EUA em busca de uma vida melhor. Ao mesmo tempo que se destaca, ela enfrenta, pela primeira vez, o preconceito por ser negra e imigrante. Ela passa a escrever um blog sobre seu cotidiano e todas essas questões, se tornando um sucesso. Em meio a isso, decide voltar para suas origens, seu país e seu antigo grande amor.

Por que é imperdível: Outra leitura essencial pro mundo inteiro. Americanah acompanha a vida de Ifemelu, uma jovem nascida na Nigéria que vai para os Estados Unidos estudar e, ao chegar no “país dos sonhos” para muitos, encara o racismo nas mais diversas nuances, das mascaradas às escancaradas, seja em seus relacionamentos amorosos, profissionais ou sociais. A forma quase didática de abordar a interseccionalidade, a partir das experiências do dia a dia da personagem mulher, negra E imigrante, faz com que a aproximação facilite o entendimento de temas tão fundamentais.

Resiliente e real, a Ifemelu é dotada de um senso de humor inteligentíssimo, que pode ser percebido ainda mais nos posts de seu blog. É esclarecida sobre muitas questões, mas, ao mesmo tempo, não é perfeita, nem age/se coloca como alguém que sabe de tudo. Da infância à vida adulta, acompanhar a vida dela é um presente agridoce. Muitas vezes, se eu fechasse os olhos e só ouvisse os trechos, conseguia ouvir minhas amigas, na mesa de bar, falando sobre os seus próprios dilemas e sobre os muitos preconceitos velados nas relações do cotidiano.

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Gostou das dicas ou tem algum outro livro maravilhoso pra indicar? É só me contar nos comentários <3

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